Como criamos recentemente a Diretoria de Literatura Pré-Escolar, dividimos aqui, algumas informações sobre as faixas etárias e estratégias de leitura, Compartilhamos com vocês a excelente matéria publicada no portal “Bolsa de Mulher”
Fonte: http://www.bolsademulher.com/familia/o-prazer-da-leitura
“O prazer da leitura
“O “desinteresse” de algumas crianças em relação à leitura, tem solução. Basta usar um pouquinho de imaginação pra atrair os baixinhos. É natural que os pais se preocupem, mas o importante é incentivar seus filhos a descobrirem esse mundo mágico da leitura. Para os pais que não sabem como fazer isso, nada de pânico! Um bom começo é contar histórias pra eles, estimulá-los a manusear os livros e, principalmente, fazer com que os pimpolhos acreditem que são os protagonistas do seu próprio aprendizado. Detalhe: não esquecer que ler é um ato de amor. Os pais devem estar sempre disponíveis pra ler historinhas. Nada de preguiça. Mais tarde, com certeza, seus filhos terão o hábito da leitura.
Há quem acredite que a criança tem muito do ambiente em que ela vive. Filhos que vêem seus pais lendo com freqüência têm mais chance de se tornarem leitores. Levar os pimpolhos à livraria, biblioteca, tardes de autógrafo ou apresentação de contadores de história também são um ótimo incentivo. A dentista Kátia Silveira leva Luísa, 5 anos, à uma megalivraria, num shopping carioca, todos os finais de semana: “Fico tomando um capuccino e lendo alguns lançamentos enquanto a Luísa fica lendo sentadinha num sofá. Nunca saio de lá sem comprar um livrinho pra ela”, gaba-se a dentista.
Sorte da pequena Luísa. Pra ela, fica mais fácil se interessar por leitura, não só pelo incentivo da mãe, como também pelo fato de nossos autores serem considerados muito bons no que fazem. Na semana que passou, Ana Maria Machado, criadora de clássicos como “Bisa Bia, Bisa Bel” e “Menina Bonita do Laço de Fita”, foi eleita a primeira imortal do gênero pela Academia Brasileira de Letras. Um reconhecimento que vem também do exterior. “Em 2001, ela ganhou o prêmio Hans Christian Andersen, uma espécie de prêmio Nobel da literatura infantil. Lygia Bojunga já o tinha recebido em 1982”, conta Ione Meloni Nassar, da editora Mercuryo Jovem. Mas, a grande dificuldade que pais e educadores têm é separar o joio do trigo. Ou seja, saber identificar as obras de qualidade e adequá-las à faixa etária e ao poder de concentração do pequeno leitor. Algumas pedagogas, professoras e autoras ensinaram o caminho das pedras de como atrair o interesse dos pimpolhos.
Crianças até 2 anos:
– Os pais devem comprar livros ilustrados com gravuras que fazem parte de seu universo.
– Os livros devem ser de material resistente (pano, plástico, cartonado – folha dura que não rasga), pois os pequenos ainda não têm muita coordenação motora.
– É fundamental que a mãe ou outro adulto leiam para a criança dessa idade. Um fantoche ajuda e muito, na hora de ler o livro.
– A criança é pura fantasia. O livro é mais uma coisa que a possibilita à imaginação.
– Sugestões: coleção “As Coisas Que Eu Gosto” (Ruth Rocha e Dora Lorch); “Bebê Chorão” (Flávia Lins e Silva) e a coleção “Medos Que Eu Tenho” (Ruth Rocha e Dora Lorch, ilustrado por Walter Ono).
Crianças de 2 a 6 anos (até a alfabetização):
– A mãe ou algum outro adulto devem continuar lendo para as crianças.
– As histórias ainda devem ser curtas e feitas para distrair.
– As crianças ainda têm pouca concentração. Os pais devem estar atentos ao poder de concentração de seus filhos.
– Começam a se interessar pelos contos de fadas. Geralmente, os avós ou os pais vão à livraria comprar esses clássicos.
– Muitas vezes, elas pedem para ler a historinha de novo, como se quisessem vivenciar tudo novamente.
– Criança atribui vida aos objetos.
– Conquista da linguagem.
– Invente uma atividade. Procure em revistas fotos de objetos que apareçam na história e cole no livro. Desenhar nas páginas do livro é bem divertido.
Sugestões: “Minha Primeira Biblioteca” (Ruth Rocha, ilustrações de Eva Furnari), Coleção Comecinho, série “Miguel e Pedrinho” ( Ruth Rocha com ilustrações de Eduardo Rocha).
Crianças na fase da alfabetização:
Esse é um momento único, fundamental da vida escolar de uma criança.
– Autores não estão tão preocupados com o conteúdo, mas, com histórias que possuam frases curtas e fonemas mais fáceis para que a criança possa ter o prazer de ler sozinha.
– As crianças são pura imaginação. Se elas se vestem de Batman, elas se sentem o próprio personagem.
– A garotada começa a ter noção do tempo e do real.
– Sugestões: Coleção “Gato e Rato”, de Mary e Eliardo França, editora Ática, “Mico Maneco”, de Ana Maria Machado, editora Melhoramentos e “Estrelinha”, também da editora Ática.
Crianças de 7 a 11 anos:
– O egocentrismo está diminuindo.
– Seu pensamento está se tornando estável e lógico, mas ainda não é capaz de compreender idéias abstratas. Só consegue raciocinar a partir do concreto.
– Compreendem textos mais longos, divididos em capítulos.
– Interesse por temas como biografias de artistas ou esportistas, manuais infantis com informações inusitadas, livros que ensinam a fazer mágicas ou montar brinquedos, enciclopédias.
– Sugestões: O clássico “A Vaca Voadora” (de Edy Lima), clássico da década de 70 que vai ser reeditado pela Editora Global; “Felicidade” e “Um Cachorro para Maya”, de Roseana Murray, para leitores com mais de oito anos. “O Gênio do Crime” e “Caneco de Prata” (João Carlos Marinho), para crianças a partir de nove anos.
Adolescentes de 5ª a 8ª Série:
– A partir da 5ª série, o adolescente que já gosta de ler, fica fuçando tudo nas livrarias e bibliotecas.
– A obra deve ser, obrigatoriamente, bem estruturada e ter coerência interna. A narrativa deve ser mais elaborada e os personagens devem ser verossímeis, ou seja, devem ser bem construídos para que o leitor adolescente acredite que eles realmente existam.
– As meninas preferem romance tipo diário, poesias e cantigas. Os autores preferidos delas são: Agatha Christie, Pedro Bandeira, Álvaro Cardoso Gomes e Elias José. Os meninos preferem livros de aventura tipo Sherlock Holmes e uma coleção de livros de aventuras da editora Scipione chamada “Salva-se Quem Puder”.
– Sugestões (para a 5ª série): “Comédias Para se Ler na Escola”, de Luís Fernando Veríssimo; “O Mistério do Caderninho Preto” de Ruth Rocha e “Marca de Uma Lágrima”, de Pedro Bandeira. “A República dos Argonautas”( Anna Flora) e a coleção Harry Potter ( J. K. Rowling ), para a 6ª série, sem falar nos fenômenos Harry Potter e “O Senhor dos Anéis”.
Ninguém pode negar que a escola tem um papel fundamental na vida de uma criança. Justamente por isso, ela é uma faca de dois gumes, tanto pode fazer o aluno se apaixonar pelas letras, quanto pode afastá-lo delas. O importante é usar de criatividade para atrair a moçada. Os livros podem ser trabalhados de diversas formas: através de dramatização, adaptação feita pela própria criança, histórias musicadas, debates ou fichas de leitura. Na opinião da agente literária Ana Maria Santeiro, o debate é o ideal pois há muita riqueza na troca entre os alunos e também a possibilidade do professor perceber se o aluno leu ou não a obra. A professora Ana Claudia Ramos concorda e vai mais longe: “A escola pode matar o trabalho com a literatura quando exige que o aluno leia e depois faça uma prova do livro”, afirma.
A Escola Lourenço Castanho, em São Paulo, realiza entre os alunos do ensino médio debates, visitas semanais à biblioteca e à exposição “Quinzena dos Autores”, em que Jorge Amado é o homenageado do momento. Os alunos do pré-escolar recebem também a visita de autores e contadores de história, uma atividade lúdica que faz o maior sucesso entre a garotada. Os alunos da 2ª série do Liceu Franco Brasileiro, tradicional colégio do Rio de Janeiro, não só se encantaram pelos livros como resolveram escrever poesias e imprimi-las durante a aula de computação. O sucesso foi total!
Esses exemplos da perfeita interação entre livro e colégio deve-se muito ao lançamento da revista Recreio, em 1969, e de livros como “O Gênio do Crime” (João Carlos Marinho) e “A Vaca Voadora”, marcos da literatura infanto-juvenil nacional. Idealizada por Sônia Robatto, a revista Recreio lançou autores como Ruth Rocha, Ana Maria Machado e Sylvia Orthof. Essa geração de autores gerou muitos frutos e, no final dos anos 70, veio, finalmente, o boom da literatura para crianças e adolescentes. As editoras, então, começaram a fazer parcerias com as instituições de ensino. A leitura passou a fazer parte da grade curricular. Otimista, a pedagoga Lídia Izecson de Carvalho, da Idéia Consultoria Pedagógica, acha que as crianças estão lendo mais porque as escolas estão fazendo por onde.
Serviço:
A Fundação Nacional do Livro Infanto Juvenil recomenda vários livros em seu site.Clique aqui para ver a lista.
Agradecimentos:
Suzana Vargas –autora e professora
Estação das Letras
Rua do Catete, 228, sala 318
Telefone: (21) 2285-7224
Ana Claudia Ramos – autora e professora
http://docedeletra.com.br/acramos/index.html
Daniela Almeida
Editora da Revista Recreio – Editora Abril
Lídia Izecson de Carvalho
Idéias Consultoria Pedagógica
Telefone: (11) 3022-6045 / 3032-6045
Ana Maria Santeiro – agente literário
Flávia Lins e Silva – autora de livros infantil e roteirista
Ione Meloni Nassar
Editora de literatura infanto juvenil da Mercuryo Jovem
Roseana Murray – autora
Célia Machado – pedagoga –Escola Nova Lourenço Castanho – SP
Kika Sauma
Livraria Esmeralda
Rua Real Grandeza, 190 – Botafogo – Rio de Janeiro
Telefone: (21) 2527-0647